O LIXO URBANO DE LAMBARI D’OESTE: TRABALHO EM SALA DE AULA ENVOLVENDO ALUNOS DO ENSINO FUNDMENTAL E MÉDIO

O LIXO URBANO DE LAMBARI D’OESTE: TRABALHO EM SALA DE AULA ENVOLVENDO ALUNOS DO ENSINO FUNDMENTAL E MÉDIO

 

AUTORA:DUTRA, Rubenilza Rodrigues;

COAUTORES: SILVA, Rosangela Luiza do Carmo;

MENDES, Lubia Martins da Cruz.

rubenilzarodrigues@gmail.com

RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido a partir do levantamento de dados teóricos, envolvendo pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, para a qual montamos um roteiro de trabalho, onde apresentamos as temáticas a serem trabalhadas com os alunos do ensino fundamental e médio da escola Municipal Fernão Dias Paes e Estadual Padre José de Anchieta, sobre a questão do lixo urbano de Lambari d’Oeste, com turmas dos períodos matutino, vespertino e noturno. Com relação aos objetivos propostos aos alunos, o desenvolvimento de capacidades que contribuam para uma visão integrada da realidade, desvendando a interdependência entre a dinâmica ambiental local e a planetária e, desnudando as implicações e causas do problema ambiental, possibilitando a elaboração de hipóteses e explicitações à respeito do lixo. Como referencial teórico de apoio para a realização desse trabalho, foram utilizados autores como SOURRIENT (2003), os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1997), POMPEU (2007), que tiveram contribuições específicas para Educação Ambiental e, SATO (2003), pois segundo a mesma, a Educação Ambiental contribui significativamente para a melhoria geral da educação, devido à sua natureza de tentar implementar soluções efetivas em relação aos problemas ambientais e, consequentemente, melhorar as condições de sobrevivência. Diante dos resultados obtidos, percebemos que o trabalho desenvolvido com os alunos foi satisfatório, uma vez que houve uma grande interação dos mesmos com a proposta e, com grande envolvimento dos alunos que até mesmo propuseram-se a realizar atividades além daquelas que apresentamos e, que se propunham a aumentar o alcance do processo de sensibilização iniciado durante a pesquisa de campo, o que possibilita a formação de cidadãos críticos que contribuirá para a preservação do meio ambiente para as gerações do presente e do futuro.

 

PALAVRAS-CHAVE: Educação - Lixo - Natureza.

 

1-      INTRODUÇÃO

Considerando o trabalho realizado, durante o qual procedemos à análise da relação da Escola Estadual Padre José de Anchieta, e a Escola Municipal Fernão Dias Paes no Município de Lambari d’Oeste – MT, onde elaboramos um roteiro com o objetivo de propor ao aluno o desenvolvimento de capacidades que contribuam para uma visão integrada da realidade, desvendando a interdependência entre a dinâmica ambiental local e a planetária, desnudando as implicações e causas do problema ambiental, possibilitando a elaboração de hipóteses e explicações sobre o lixo restrito.

Nesse sentido, a crescente produção dos centros urbanos gera inúmeros problemas ambientais que comprometem a qualidade de vida de seus habitantes. Atualmente, nosso município que não consta com um processo seletivo de coleta de lixo, gera uma grande quantidade de detritos, compostos principalmente de restos de comida, que misturados a materiais como embalagens, vasilhames, jornais, louças e objetos quebrados formando montanhas de lixo a céu aberto, comprometendo assim, a qualidade do solo e das águas e principalmente a vida das pessoas que as produzem.

No entanto, para que este trabalho pudesse atingir tal amplitude, foi necessário que toda a Instituição Educacional e populacional interagisse de diversas maneiras, com a Educação Ambiental, inserida nas respostas aos problemas ambientais, aos problemas do desenvolvimento humano e ao processo educativo, justificando a razão pela qual a mesma não deve ser considerada uma atividade isolada dos sistemas de investigação e informação ambiental.

Assim, a Educação Ambiental deve gerar convergência, mudanças na qualidade de vida e maior consciência de conduta pessoal, assim como harmonia entre os seres humanos e destes com outras formas de vida, tentando trazer novas esperanças e vida para nosso pequeno, tumultuado, mas ainda assim, belo planeta.

 

2-      O LIXO A CÉU ABERTO

De acordo com os grupos, percebemos que o lixo a céu aberto pode causar vários danos à nossa saúde, como por exemplo, doenças transmitidas por vírus, bactérias e protozoários que vivem hospedados em animais vetores que costumam viver e se proliferar nesse tipo de ambiente.

Já para o meio ambiente, o chorume produzido pela decomposição do lixo pela ação dos microorganismos é altamente poluente aos lençóis subterrâneos, além dos gases liberados que também poluem a atmosfera.

Entretanto, o lixo mal-acondicionado provoca doenças respiratórias, verminoses, acúmulo de gases tóxicos que funcionam como atrativos para mosquitos, moscas (azuis), que além de transmissores de doenças, atacam nossas casas, especialmente nossas cozinhas, além da interferência no ambiente, pois o lixo acumulado interfere na paisagem, afetando a flora e a fauna da nossa cidade.

De acordo com o almanaque do ALUÁ (2006: p.),

Os seres humanos produzem milhões de toneladas de resíduos todos os anos. No Brasil, geramos cerca de 150.000 toneladas de resíduos urbanos todos os dias. Infelizmente, mais de 70% destes resíduos são lançados, sem nenhum tipo de cuidado, no meio ambiente, nos chamados “lixões”, poluindo as águas, o ar, o solo e prejudicando a saúde.

 

No entanto, o lixo está trazendo muitas epidemias, não só aqui em nossa cidade, mas em outras cidades também.

Portanto, é necessário que se encontre alternativas mais viáveis para tratar o lixo nas pequenas cidades, tais como programas de recolhimento de lixo, além de projetos com o lixo reciclável e assim, trazendo mais oportunidades de emprego para a população e favorecendo melhorias na saúde pública. Essas iniciativas proporcionariam aos cidadãos um conhecimento mais amplo no que diz respeito ao impacto ambiental e a importância do lixo como fonte de renda.

 

3-      EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA

A Educação Ambiental e a Cidadania estão inseridas no cotidiano de cada indivíduo, no tempo e no espaço. Porém todos nós temos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a uma vida saudável, impondo-se ao poder público e à coletividade e, o dever de defendê-lo e preservá-lo para as futuras e presentes gerações.

Analisando a questão da Educação Ambiental e Cidadania, proposta por MOREIRA (2005: p. 108), vemos a mídia como um meio de comunicação mais importante da tecnologia da sociedade moderna, pois,

A evolução nos processos de comunicação, proporcionada pelo desenvolvimento tecnológico, é um dos fatores responsáveis por uma nova etapa no relacionamento do homem com o meio ambiente. Nos últimos anos o planeta saiu da esfera do conhecimento local e regional, saltando para uma dimensão global: interligado pelas redes de comunicação e com o auxílio dos satélites computadorizados, qualquer ponto da terra pode ser visualizado e  pesquisado em qualquer momento, obtendo-se os mais diversos acontecimentos que envolvem o homem, a sociedade e a natureza.

 

Assim, de acordo com Moreira, é importante que o professor trabalhe com o objetivo de desenvolver nos alunos, uma postura crítica diante da realidade, de informações e valores veiculados pela mídia e daqueles trazidos de casa. Para tanto, o professor precisa conhecer o assunto e, em geral, buscar junto com seus alunos mais informações em publicações ou com especialistas.

Nossa metodologia partiu da apresentação da questão do “LIXO URBANO DE LAMBARI D’OESTE: TRABALHO EM SALA DE AULA ENVOLVENDO ALUNOS DO ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL” NAS ESCOLAS ESTADUAL PADRE JOSÉ DE ANCHIETA E ,ESCOLA MUNICIPAL  FERNÃO DIAS PAES.

Iniciamos nossas atividades nos apresentando para a turma de alunos, onde expusemos nossos objetivos através de um diálogo aberto com os mesmos e, apresentamos um questionário a eles; passamos então a comentar a importância da reciclagem e seletividade do lixo.

Nossa estratégia foi partir de uma aula de campo, com visita ao lixão de Lambari d’Oeste e, a partir daí, de conversações, com os alunos, buscando perceber como eles vêem a questão do lixo e da poluição conseqüente, tema que estamos desenvolvendo.

Nessa ida ao “lixão”, in loco, para estudo do meio, os alunos puderam observar “tudo” em relação ao destino do lixo da cidade de Lambari d’Oeste. A seguir, voltamos para a sala de aula, onde conversamos sobre tudo que vimos e sentimos e ainda apresentamos um cartaz, onde aparece o tempo de decomposição de alguns materiais.  Em seguida, pedimos aos alunos que produzissem um texto sobre tudo que eles viram, ouviram e sentiram e, ainda, que representassem através de desenhos suas impressões. Solicitamos ainda, leituras de textos tais como gibis da Turma da Mônica e, livros, que tratam de questões sobre o lixo e, a elaboração de painéis e cartazes que chamem a atenção para a urgência de se resolver a questão do lixo e, que dêem dicas de que é possível cada um de nós fazer a sua parte, não produzindo tanto lixo e nem atirando o mesmo ao solo, nas águas, na natureza.

No entanto, os alunos sugeriram produzir um jornal no qual relataram todos os acontecimentos ocorridos através da pesquisa qualitativa.

Nós, professores, não podemos nos esquecer de que o nosso papel é o de buscar trabalhar com nossos alunos além do que exige o currículo escolar.

Ao trabalharmos com crianças não podemos deixar de lado o fato de cada um tem um tempo próprio de desenvolvimento e que é problema nosso buscar esse tempo para que não atropelemos nenhuma das fases pertinentes ao desenvolvimento dessas crianças que são na realidade o nosso maior material de trabalho.

 

4-      CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Encontram-se aqui reunidos os principais resultados da pesquisa que realizamos e, que apresentam algumas implicações quanto a relação professor e aluno, sobre o lixo urbano de Lambari d’Oeste, em Mato Grosso. Porém, elaboramos um roteiro sobre o tema citado para ser trabalhado na Escola Estadual Padre José de Anchieta, nas Escolas Municipais Fernão Dias Paes

Dadas às limitações que cercou esta pesquisa, as considerações finais devem ser necessariamente parciais e, críticas, representando antes de tudo, linhas de reflexão sobre o “lixo” e a reciclagem do mesmo, os danos causados por ele e, a preservação do meio ambiente.

No entanto, todo projeto de investigação ambiental, quando possível, deve buscar uma interação entre as diversas dimensões inerentes à questão ambiental, viabilizando inclusive uma estratégia para a construção e orientação dos processos em Educação Ambiental na investigação ecológica básica.

Ao encerrarmos a presente pesquisa, cremos que os trabalhos sobre o “lixo” são de vital importância, por que assim, os alunos estarão desempenhando o seu conhecimento crítico e a habilidade de aproveitamento e reciclagem do lixo e a preservação do meio ambiente. Lembrando-se que as escolas possuem recursos   apropriados para que possam aproveitar o lixo de forma que não deixem a céu aberto, prejudicando assim a vida dos seres humanos e do ambiente em que vive.

 

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

 

ALMANAQUE DO ALUÁ. Rio de Janeiro: SAPÉ: nº 2 – janeiro, 2006

BARROS, Carlos e, PAULINO, Wilson Roberto. Ciência: o meio ambiente: 5ª série. – São Paulo: Ática, 2002.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, promulgada em 05 de outubro de 1988.

DARIN, Áurea. Geografia. 2ª série. São Paulo – SP: IBEP, 2001. 144 p. (Coleção Vitória-Régia).

JORNAL ANCHIETA. Entrevista: Edson Ricardo da Silva. Vários autores (alunos da disciplina de Língua Portuguesa do Ensino Médio) 2008.

MARANHÃO, Ricardo e, ANTUNES, Maria Fernanda. Trabalho e Civilização: do Ocidente ao Oriente: do século V ao século XVII, volume 2; ensino fundamental, 1. Ed. – São Paulo: Moderna, 1999.

OLIVEIRA, Maynara e, SANTOS, Maria Sirley dos. Geografia: Do olhar do homem aos segredos da natureza. Fascículo 3 – Tomo 1. Cuiabá, edUFMT, 2002. 68 p. Il.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – PCNs: Meio Ambiente. Saúde/ Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: 128 p.

PLANETA TERRA: Enciclopédia de Ecologia. – [São Paulo]: Abril, 2008. 256 p.

SATO, Michele. Educação Ambiental. Editor: Santos, J.E., São Carlos, RIMA, 2003. ISBN: 85-86552-27-2.

 

Escrito por Rubenilza Rodrigues Dutra, Rosangela Luiza do Carmo Silva e Lubia Martins da Cruz Mendes.

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Dutra, Rubenilza Rodrigues, docente de História na Escola Estadual Padre José de Anchieta; Silva, Rosangela Luiza do Carmo, docente de Biologia/ciências na Escola Padre José de Anchieta e Escola Municipal Fernão Dias Paes; Mendes, Lubia Martins da Cruz, discente do curso de Pedagogia pela Unversidade Luterana do Brasil.

 

 

 

 

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