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Autor: Cleudinéia Medeiros dos Santos e Selma Rodrigues Soares da Silva

Publicado: 21/12/2011 às 00:24.

Local: Artigos dos Professores,

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA


 

 

SANTOS, Cleudinéia  Medeiros dos

SILVA, Selma Rodrigues Soares da

 

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo fazer uma reflexão sobre as conseqüências da gravidez na adolescência. O ponto de partida para o mesmo foi a análise do conhecimento, por meio de bibliografias adequadas, que norteiam as discussões nesse campo. A maneira como as pessoas enfrentam esse problema no contexto social pode ser reconhecido em seu comportamento e atitudes diante de situações em que a gravidez acaba se tornando um problema para a adolescente. Evidentemente, as pessoas que participam de diferentes contextos sociais contribuem para o conhecimento uniforme da sociedade em que se insere. Entretanto, a escola desempenha um papel fundamental na inserção dos adolescentes no mundo em que vivemos, bem como no seu comportamento perante a sociedade. O interesse pelo tema surge da necessidade decorrente do grande desafio para a escola, que necessita acompanhar seu desenvolvimento e criar condições para que o conhecimento seja contínuo e estimulado, permitindo o surgimento de uma visão diferente de como deve ser encarado na realidade de cada um.

 

 

PALAVRAS-CHAVE: 1. Sexo; 2. Prevenção; 3. Gestação; 4. Consequência.

 

INTRODUÇÃO

 

As discussões acerca da gravidez na adolescência têm merecido a atenção dos educadores que muitas vezes, não sabem como reagir diante da situação que se apresenta. As escolas buscam diferentes estratégias para atender essa demanda exigida pelo ensino fundamental, fundamentadas no que dispõe os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação, criados pelo Governo Federal nos anos 1990.

 

 

Ao discutirem os conteúdos e as intervenções pedagógicas adequadas tanto aos adolescentes que passaram a integrar o Ensino Fundamental, quanto àquele que continuam na educação, nas séries iniciais, tem-se problematizado a adequação à infância.

Sob nova perspectiva e, diante de novos desafios, o diálogo dado à questão vem revelando sua complexidade e a necessidade de se explicitarem os diferentes pontos de vista dos pressupostos teóricos e práticas nelas envolvidas.

Nesse sentido, o presente texto toma destaque com a aquisição de conhecimento a partir de palestras sobre sexologia e interpretações para a palavra sexo, a importância do levantamento da necessidade de explicar e dialogar com os adolescentes para amenizar tais situações.

 

 

2. GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

 

Tendo em vista algumas situações problematizadas, encontra-se e, destaque a grande ocorrência da gravidez na adolescência, que vem desencadeando conseqüências muitas vezes, um tanto desagradáveis em pleno século XXI, a mudança de conceito à respeito do sexo está ficando muito longe de ser compreendido diante do que ouvimos falar.

No Brasil, a cada ano, cerca de 20% (vinte por cento) das crianças que nascem são filhas de adolescentes. Tal número representa três vezes mais garotas com menos de 15 anos grávidas do que havia na década de 1970.

O número de meninas que engravidam ainda hoje, continua alto, apesar de toda a informação veiculada na mídia constantemente, o que implica que a falta de informação não pode continuar sendo alegada.

O comportamento sexual do adolescente é classificado de acordo com o grau de seriedade: vai desde o “ficar” até o “namorar”. “Ficar” é um tipo de relacionamento íntimo sem compromisso de fidelidade entre os parceiros. Num ambiente social, dois jovens sentem-se atraídos, dançam, conversam e resolvem ficar juntos naquela noite.

 

 

Em bom número de vezes, o casal começa ficando e evoluem para o namoro e, já no namoro, a fidelidade é considerada muito importante, essencial para que o casal tenha futuro na relação, no entanto é necessário discutir com os adolescentes e jovens essa idéia de fidelidade.

Há uma corrente de pensamento que pretende associar progresso, modernidade, permissividade e liberalidade e, tudo isso em meio a um pensar do que seria desejável e melhor para o ser humano.

Quem porventura sequer ousar se contrapor a esse esquema, corre o risco de ser rotulado de retrógrado e, no entanto, aos pais deveria sempre caber o papel de autoridade, mas uma autoridade com afeto, com amor, que deve ser exercida com firmeza, mas respeitando o espaço do adolescente.

Segundo Vitalle e Amâncio (UNIFESP), quando a atividade sexual tem como resultante a gravidez, gera conseqüências tardias e em longo prazo, tanto para a adolescente quanto para o recém-nascido.

Ainda segundo tais autoras, o contexto familiar tem uma relação direta com a época em que se inicia a atividade sexual. As adolescentes que iniciam vida sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente vem de famílias cujas mães assemelham a essa biografia, ou seja, também iniciaram vida sexual precoce ou engravidaram durante a adolescência.

O trabalho de orientar os adolescentes pode ser planejado com maior detalhamento, tendo como ponto de partida a montagem do programa, feita de acordo com as necessidades de cada turma, de cada fase, de cada idade, que atenda à demanda das mesmas.

Este deve ser, enfim, um programa adequado e que atenda às necessidades que se apresentem de uma forma plena e não apenas didática, pois o discurso meramente didático não atende às expectativas de uma idade em que mudança é a palavra de ordem. O que hoje é amanhã já deixou de ser, já se está correndo atrás do novo, do que está acontecendo, daquilo que é novidade. (EISENSTEIN, E. MATHEUS, 2006)

Cabe então ao educador responsável a organização dos temas, a partir das questões trazidas pelos adolescentes à inclusão de tópicos essenciais por vezes não  levantados  pelos  adolescentes  e  jovens,  tais  como a prevenção de doenças

 

sexualmente transmissíveis e, principalmente uma gravidez indesejada, por exemplo, e, o estabelecimento de regras necessárias para o trabalho com tais temas, que continuam sendo tratados de maneira errônea, não dando aos adolescentes e jovens a chance de compreender e de se fazer compreender pelo autor do discurso.

O adolescente não quer apenas ver figuras e ouvir palestras sobre tais figuras. O adolescente deseja receber informações que lhes digam respeito, em uma linguagem acessível a eles e não apenas informações técnicas, ditas de forma mecânica.

Especialmente as meninas apresentam tais dúvidas, pois a estas principalmente, é negado o direito de falar sobre a sexualidade de forma natural e, mais ainda, o direito de exercê-la com naturalidade, devido aos resquícios de um patriarcalismo praticado em séculos anteriores e que ainda ocupa um lugar na sociedade atual.

Essas regras devem garantir a privacidade de cada um, o respeito às posições divergentes, a construção de um clima amistoso, que se torne acolhedor e onde possa ocorrer o diálogo, aberto, franco, onde o adolescente possa ouvir, mas possa também se manifestar, fazer valer o seu direito de ser ouvido, entendido, aceito.

É fato que os conflitos entre gerações vão continuar acontecendo, mas que venham de forma respeitosa, onde cada um possa ter o seu espaço delimitado e respeitado.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Pavimentar bem o caminho dos adolescentes antes do início da vida sexual é a mais importante tarefa à qual pais e professores deveriam se dedicar e alcançar, se descobrirem a tempo o que significa o diálogo para um bom comportamento e para atitudes que venham contribuir para a formação do conhecimento humano, privilegiando o respeito.

 

 

Por mais fácil e simples que pareça, o diálogo requer algum tipo de conhecimento que vai desde o modo de dialogar para uma boa compreensão, ao momento certo para realizar uma intervenção sem que pareça ao adolescente que o seu espaço está sendo invadido.

A autonomia do adolescente é uma conquista contínua, que não se separa definitivamente das intervenções familiares. Por mais experientes que os adolescentes possam parecer, eles sempre participam de processos mediados, condição movida pelos desafios que na vida interessam a eles e que de perto os problemas se colocam.

O simples, na adolescência, não pode ser confundido com o banal, que segue os modelos de uma produção que não respeita a inteligência das adolescentes, em nome do favorecimento de uma autonomia irresponsável, sem mediação de um adulto.

Sem repetir fórmulas ou facilitar a sexualidade, a simplicidade na adolescência pode propor desafios em direção a uma travessia para a autonomia, ao produzir estímulos que assegurem a continuidade de conhecimento, sem ultrapassar seus limites.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: pluralidade cultural, orientação sexual. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. 164p.

 

CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. – São Paulo: Editora Gente, 2001 1ª ed., 2004 edição revista e atualizada.

 

EISENSTEIN, E. MATHEUS, A. T. Fala Sério!: perguntas e respostas sobre adolescência e saúde. Ilustrações André Zan. – Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2006

 

KALINA, Eduardo. Psicoterapia de adolescentes: teoria, prática e casos clínicos. 3ª edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

 

UNICEF. Eu preciso fazer o teste do HIV/AIDS? Guia do Professor. Ministério da Saúde; Ministério da Educação. Brasil. 2011

 

AGRADECIMENTOS

 

Agradecemos primeiramente a Deus, por nos dar a oportunidade de mais um trabalho realizado no decorrer deste ano e, a todos aqueles com cujo apoio foi possível contar para continuar a participar da formação continuada.

https://lambaridoeste.mt.gov.br/imprensa/artigos-dos-professores/624-gravidez-na-adolescencia